quinta-feira, 26 de abril de 2012

Passo-a-passo do sushi feito em casa


Vivo fazendo sushi em casa. E vivo comentando por aí que fiz e postando fotos em todas as redes sociais... logo, tenho algumas cobranças sobre a “receita”. Bom, o sushi é mais um "como fazer" do que uma receita. Você vai lá, deixa tudo separadinho, bonitinho... e depois monta. Não é difícil, apenas demanda um pouco de tempo.
Enfim, depois de muita cobrança, finalmente consegui marcar um dia com duas lindas do meu trabalho, pra “ensiná-las” a fazer o dito cujo. Aproveitei o ensejo e resolvi fotografar o passo-a-passo. Por conta do licor e do vinho que tomamos antes, durante e depois, as fotos não ficaram as mais perfeitas do universo. Mas vou deixar tudo explicadinho da melhor forma possível.

Parte dos ingredientes utilizados.
Passo 1: O arroz.
Eu compro a marca de arroz que estiver disponível na lojinha oriental do lado de casa. Como não é sempre a mesma, eu costumo seguir a receita do pacote. A que usei dessa vez, recomendava a mesma medida de água e de arroz. É importante seguir as informações da embalagem, pois cada marca tem suas medidas.
Primeiro passo é lavar o arroz até a água ficar límpida (4 a 6 vezes), deixar de molho na água fria por 15 minutos, cozinhar em fogo alto por 5 minutos, depois mais  5 minutos em fogo baixo e por fim entre 30 segundos a 1 minuto em fogo alto novamente. O resumo disso é: deixar em fogo alto até ferver, baixar o fogo até cozinhar e levantar novamente pra secar a água. Simples assim.

Depois de pronto, é hora de fazer o “su”, o único tempero que vai no arroz.  (para cada 1 e ½ xícara de arroz):

¼ xícara de vinagre de arroz
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de água.

Para fazer o tempero basta misturar os ingredientes acima e levar ao fogo baixo somente até dissolver bem o açúcar e o sal. Com ele pronto, é só jogar no arroz ainda morno e ir misturando. Faça isso com o arroz em um recipiente raso e grande, como o da foto, pra misturar melhor e já ir esfriando.
O arroz tá pronto, basta deixa-lo esfriar por algumas horas, conforme informar no pacote (os entendidos que me desculpem, mas quando estou com pressa ele esfria na geladeira ou no freezer). 

Mil desculpas pela foto tosca. "O arroz".

Passo 2: Recheios.
Nessa última vez fiz sushi Califórnia (manga, Kani e pepino) e Filadélfia (salmão, cream cheese e cebolinha), mas existe uma grande variedade de sabores. Qual é o preparo desses recheios? Deixar os ingredientes previamente picados e separados, como na tevê! “Dizque” se chama Mise en place... eu acho lindo, me sinto apresentando o programa da Ana Maria Braga cada vez que deixo os ingredientes picadinhos nos potes. 
Mas Enfim, pode ser feito com camarão (nesse caso será cozido antes, claro), camarão com cream cheese, rúcula com tomate seco (adoooro!), Skin (pele de salmão frita), atum, atum enlatado... enfim, a variedade é imensa! 

O recheio já preparado.


Passo 3: Prepare a bancada.
Antes de começar, "isole” a esteirinha com papel filme. Porque isso é importante? Simples: lavá-la com pedaços de arroz e resto e cream cheese é um trabalhinho escravo. Além dela ficar com cheirinho de peixe depois.  Já se estiver bem isoladinha com o papel filme, basta terminar os sushis, desembrulhar a esteira e guardar. Podem existir outros motivos, mas eu desconheço e isolo por isso mesmo: preguiça de limpar depois.  

Agora, deixe um potinho com água gelada (ou água com gelo) ao lado, para umedecer as mãos enquanto trabalha e mantenha um pano úmido também por perto pra limpar as mãos. Eu não sei os profissionais, mas eu preciso limpar o tempo todo, pois o arroz gruda na mão mesmo molhando... e acho mais prático limpar num paninho do que lavar a toda hora.

Bancada pronta pra começar os trabalhos!

Tá com tudo montadinho, separadinho, cortadinho? A água tá ali perto, a esteirinha tá isolada e o paninho tá na mão? Essa hora provavelmente seu arroz já esfriou dá pra correr montar o sushi! Côsa linda! (Tô me achando a mais manézinha!) Então vamolá: 

Passo 4: Montagem:
Coloque uma folha de alga com a parte brilhosa para baixo e a parte fosca pra cima, espalhe uma camada de arroz em cima (conforme na foto, deixe a magem inferior e a superior sem arroz), coloque o recheio de sua preferência e enrole com paciência e firmeza.

Folha, arroz, recheio... tchanã!


Paciência. E. Firmeza.
Devo repetir? Paciência (sem pressa, com calma) e firmeza (sem ter dó de apertar e deixar o rolinho consistente).
O sushi que eu preparo tem dois segredinhos: o primeiro é que exagero um pouco no cream cheese, o que ao meu ver deixa mais saboroso. O segundo é: paciência e firmeza pra fazer o rolinho (tchanã!).

Tentei deitar a foto, mil vezes. Mas aqui no blog ela só fica assim, de pé.  

Quando terminar de enrolar a parte que tem arroz e recheio, vai sobrar essa margem de cima. Ali, basta dar uma leve umedecida na “barrinha” da alga com o dedo molhado e selar o rolinho. Fechou o rolinho, dá uma alisada por fora da esteira mesmo, meio que firmando ele ainda mais... mas sem exagerar na força (amor e carinho, sempre). 


Umedeceu e... 

... já pode fechar. 

É fácil, é simples, mas nem sempre os primeiros ficarão perfeitos. ISSO NÃO É MOTIVO PRA DESISTIR! O negócio é praticar. Com um pouco de paciência logo vai dar certo! 

Passo 5: Cortando.
Bah, que difícil, ein. Corte seu rolinho lindo ao meio. Agora, pegue as duas metades e corte-as ao meio. Depois, cada uma das partes e corte ao meio novamente. Já fechou a conta?
1/2 = 2.
2/2 = 4.
4/2 = 8.
Não corte na esteirinha, vai estragar a parte que está isolando. 

Usando essa fórmula matemática incrível, constatamos que um rolinho vai render 8 peças. Se você fez muito gordinho (seja porque colocou muito arroz, ou muito recheio) pode cortar em 10 peças, mas aí já não tem como usar essa forma de corte, que garante as peças em tamanhos mais proporcionais.

Depois de cortar vários rolinhos e fazer várias peças, basta arrumar em um prato raso e colocar na mesa. Se souber comer com palitinho, ótimo... se não souber, use as mãos e tá resolvido o problema! 


Não sei se sushi combina com vinho... mas nessa noite foi um casamento perfeito!

Não sei se deu pra notar, mas tem um temaki perdido ali no meio do prato... sempre que sobram "pedacinhos" de salmão eu faço um ou outro... não é difícil, mas como não é objetivo hoje, eu nem fotografei. Numa próxima oportunidade farei um post só com isso, com sabores diferentes e muitas fotos! =D

E pra que ninguém diga que eu não avisei: o castigo por fazer sushi no maior estilo home made do universo não seguir a arte milenar do sushi, é o futum odor de salmão nas mãos. Pode lavar, não vai sair de uma hora pra outra! 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pãozinho de Cebola da Vó


Gosto de tudo na cozinha, mas o que mais amo é o calor do forno. Fazer pão me seduz... pão simples, recheado, com massa de vinho, de ervas, pãozinho, pãozão (o corretor do Word insinuando que essa palavra não existe! Humpf!). Até Ceia de Natal só com pães já foi feita na casa dos meus pais, quando eu morava lá... coisa de 10 tipos, todos feitos por mim e pela minha mãe! Pão é tanto amor pra mim, que já tô fugindo do propósito desse post, que é passar uma receita que amo e me remete à infância, pra contar historinhas.

<3

No dia que resolvi fazer esse pão, que a vó sempre fazia pra mim, dei uma vasculhada no tio Google pra ver se encontrava a receita. Sair da casa dos pais é assim, gente. Você sai, os cadernos de receitas ficam.  Achei algumas parecidas, mas de cara vi faltava alguma coisa. Liguei pra mãe, ela encontrou e passou tudo por MSN. Tecnologia é coisa linda, né?
Tudo anotado, mãos a obra!

Ingredientes:
3 cebolas médias
3 batatas médias cozidas
3 ovos
1 copo de leite morno
½ copo de óleo
1 colher (chá) de açúcar
1 colher (sobremesa) de sal
2 tabletes de fermento biológico fresco (usei 3 colheres de sopa do seco)
Farinha até dar pronto.

Já vou adiantar que o “até dar ponto” da farinha, é coisa de 1,5kg, talvez um pouco menos. Nada de começar a receita com um mísero pacotinho de 1kg de farinha, por favor! 

Preparo:
Bata no liquidificador toda a cebola com metade do leite, acrescente as batatas bem amassadas e pouco a pouco vá batendo e juntando os demais ingredientes, menos a farinha. Depois de tudo batido, coloque cerca de 600g da farinha em uma bacia, faça um buraco no meio e acrescente a mistura do liqui, mexendo com uma colher. 

Farinha + todos os outros ingredientes liquidificados. 

Fica uma massa molenga quase como de bolo... aí é só colocar mais farinha pouco a pouco, até que fique bem macia e solte das mãos. Atenção pra não deixar a massa muito firme, ela é um pouco mais molinha e leve que a massa de pão comum.
Pra esperar crescer uso o truque de vó, que muita gente já conhece, mas alguns ainda se impressionam: tirar uma bolinha da massa e colocar num copo d’água em temperatura ambiente. Deixa esse copo ao lado da bacia com a massa e, quando a bolinha subir, pode começar a moldar os pãezinhos porque o fermento já agiu.
Como mágica! 

Com a massa crescida você vai modelar em bolinhas (do tamanho que preferir) e rechear – ou não. Eu fiz alguns com: ricota e requeijão; ricota, tomate, manjericão e azeite (Marguerita ^_^); queijo prato. Da pra usar calabresa, bacon, presunto e queijo... vai do gosto. Nessa segunda etapa dá pra deixar crescer mais uns 20 minutos (na real, quando você terminar todas as bolinhas, a primeira forma já pode ir pro forno). Assim que crescer, pincela com ovo bem batido (ou passa com algodão, se você for relaxado não tiver pincel em casa). Se quiser identificar, depois de pincelado pode salpicar gergelim, orégano, queijo ralado...  
Agora coloca pra assar por cerca de 40-50 minutos (os meus ficaram 45 minutos) em forno médio (em forno elétrico regulei pra 250ºC).

Recheado com queijo prato. Pra não estourar como os do fundo, capriche  nas bolinhas. =]


Rende um monte (nunca contei) e dá pra ser congelado depois de pronto, pra tirar do freezer naquele dia de fome e preguiça.

E por fim, antes que eu esqueça: se você é fresco (a) com cheiros, use luvas. A cebola crua, mesmo misturada a massa, deixa a mão com aquele cheirinho de... cebola, dã. E não adianta lavar ou passar creminho, demora pra sair (aliás, se alguém conhecer um truque que funcione pra esse tipo de caso, to aceitando dicas). 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Lasanha à Romana ou A Minha Receita Infalível


Ah, essa lasanha. Peguei a receita num desses programas de utilidade que passam a tarde, quando estava no segundo ano de faculdade. Sabe quando você assiste uma receita e "sente o cheiro" em casa? Foi mais ou menos isso. A cada ingrediente, me imaginava fazendo e saboreando a dita cuja.  Assim que pude executei a receita e... foi puro amor!

Infelizmente não anotei as medidas exatas, nem sei se consegui pegar todos os ingredientes... Mas do jeitinho que faço, fica ótima! 

É o meu truque pra quando tô em dúvida sobre que prato fazer pra agradar alguém. Aliás, no dia dessas fotos eu a fiz pras senhoritas @Ananinana0, @valkinha e @renatadiem (responsável pelas ótimas fotos)... e a lasanha agradou até a Valeska, que não gosta de azeitonas!



Ingredientes:
Para o molho:
1 colher (sopa) de azeite de oliva
1 colher (sopa)  de manteiga
1 cebola pequena picada
2 tomates maduros picados
1/2 pimentão vermelho em cubos
1/2 pimentão verde em cubos
1 xícara de azeitonas picadas (preta ou verde, a seu critério)
700g de alcatra picada em pedaços pequenos (bem menores do que pra estrogonofe)
Massa de tomate a gosto (prefiro sem tempero - tipo o do elefante mesmo)
Manjericão a gosto
Sal e pimenta do reino a gosto

Aqui ficam duas observações: O manjericão eu costumo usar o seco, pois sempre tenho em casa;  já usei o fresco, também fica ótimo... mas pra essa receita acostumei com o gosto do primeiro (ok, me crucifiquem). E a carne... eu confesso que na receita original era filé-mignon. Mas gente, eu não tô podendo assim pra comprar mignon a 50 conto o kg e picar em pedacinhos! A alcatra fica bem macia, sempre fiz com ela. 

Para a montagem:
300g de queijo muçarela
1 copo de requeijão
1 pacote de massa de lasanha fresca (400g)
1 pacote de queijo parmesão ralado grosso

Se você tiver um saquinho de confeiteiro ou um pacote limpo pro requeijão, melhor. Se não tiver usa uma colherinha que dá na mesma... mas com um pouco mais de trabalho.

Bora pro modo de preparo!

Molho:

Aqueça uma panela com o azeite e a manteiga. Coloque a cebola pra refogar e, quando estiver transparente, acrescente a carne já temperada com o sal e a pimenta. Refogue a carne até pegar cor no fundo da panela (a carne vai soltar um caldo no começo, que eu reservo pra acrescentar depois). Com a carne douradinha, acrescente os tomates e pimentões picados (esses não devem sumir no molho, então tem que ser picados em um tamanho considerável, como na foto) e deixe refogar por uns 5 minutos. Coloque a massa de tomate e o caldo que soltou da carne. Acrescente água até formar um molho um pouco ralo. Finalize com as azeitonas e o manjericão.



 Carne refogadinha...
 Acrescenta pimentões e tomate...
 O molho pronto... mais pra ralo do que pra encorpado. 


Montagem:

Coloque molho na travessa (nesse momento somente a parte líquina), uma camada da massa de lasanha (embora use a fresca, costumo passar a massa por um pires com água morna, pra dar uma amolecida - coisa de meio minuto), uma camada de molho, uma camada de queijo e umas colheradas de requeijão. 

Molho, massa, queijo, requeijão...
  Mais molho, mais massa, mais queijo, mais requeijão...

Termine com o molho, salpique o queijo parmesão e, caso goste, mais um pouquinho de pimenta do reino moída na hora.

Leve ao forno médio por cerca de 45 minutos e seja feliz. 

Não é sobre gastronomia. É sobre comida.

Essa primeira postagem é um teste e uma apresentação.

Um teste porque eu nunca tive blog e tenho um pouco mais de conhecimento sobre isso do que alguém que nunca viu um computador. Ou seja: não sei como isso funciona!

Uma apresentação pra vocês saberem que eu gosto de cozinhar. E de escrever. E as pessoas gostam que eu compartilhe as receitas que faço. Sendo assim, a ideia do blog é dividir minhas receitas e experiências com comidinhas.

Sou amadora e não entendo de técnicas, mas cozinho com muita paixão. Eu não sei combinar harmonizar ou decorar pratos ou usar aqueles ingredientes que só são encontrados nas Montanhas das Filipinas entre os meses de maio a agosto. Vou passar várias receitinhas, mas não sei se o molho branco não combina com aquele peixe ou se aquele macarrão deve ser servido com um acompanhamento x, mas é pecado servir com o y.

O que eu sei é passar umas horinhas na cozinha, sair de lá mais feliz do que quando entrei e depois ver quem come o que eu preparei dando aquele sorriso de prazer a cada garfada. Sei passar receitas pros colegas porque levei algo que todo mundo adorou pro trabalho. Sei pagar favores, pedir desculpas e conquistar sogros com uma boa receita. Aliás, chantagear com comida cozinhar pra agradar é uma arte que domino bem... que o digam meus pais, amigos e namorado.

Enfim, gosto é igual c* considero paladar algo muito pessoal e, por mais que existam regras e combinações no mundo profissional, aqui em casa eu combino de acordo com o que eu gosto, e não com o nome que o ingrediente leva.